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terça-feira, 28 de março de 2017

Apneia do Sono

 Tratamento no Instituto de Hipertensão Arterial de Belo Horizonte


A fisioterapeuta Flávia Baggio Nerbass e o cardiologista Raimundo Marques Nascimento



Nada como “cair nos braços de Morfeu” para acordar no dia seguinte de bom humor, como corpo descansado e os pensamentos fluindo com muita tranquilidade. A expressão que nos remete à mitologia grega significa ter uma noite de sono reparador, o que nem todas as pessoas conseguem. Muitas se queixam de despertar com freqüência à noite, engasgar ou parar de respirar enquanto dormem ou até serem acordadas pelo som do próprio ronco. Esses sinais e sintomas hoje são denominados de distúrbios respiratórios do sono. O resultado disso ao longo de uma noite de sono e por todas as noites do indivíduo, é uma maior irritabilidade, queixa de sonolência excessiva durante o dia, sensação de cansaço, falta de concentração, déficit de memória e até mesmo um aumento nos níveis de pressão no sangue (pressão arterial).

As pessoas que apresentam esses sinais e sintomas devem procurar tratamento com especialista, pois são várias as causas relacionadas a eles. A obesidade, o sexo masculino e a idade avançada são as principais, mas também são consideradas as alterações anatômicas craniofaciais como queixo pequeno ou retraído; desvio de septo, amígdala ou adenoide hipertrofiadas, mal posicionamento e funcionamento da língua e músculos da garganta, entre outras, como possíveis causas desses distúrbios. O distúrbio respiratório do sono mais comum é a parada de respirar, chamada de apneia obstrutiva do sono, que pode trazer consequências graves para a saúde se não for tratada.

Um estudo recente realizado pelo Grupo de Sono da Escola Paulista de Medicina, com mais de mil moradores da cidade de São Paulo, na faixa etária entre 20 e 80 anos, mostrou que a apneia do sono atinge 32,8% da população de São Paulo, o que significa que um em cada três habitantes da capital paulista sofre de apneia obstrutiva do sono. Estima-se que esta prevalência seja semelhante na população brasileira.

A apneia obstrutiva do sono é caracterizada por uma parada respiratória (apneia), causada pelo fechamento da garganta (obstrução) durante o sono. Essa obstrução impede a entrada de ar para dentro dos pulmões, assim, ocorre queda dos níveis de oxigênio no sangue (saturação de oxihemoglobina). Essa obstrução só se reverte quando ocorre um despertar, mesmo que inconsciente, e o indivíduo volta a respirar, renovando os níveis de oxigênio do sangue.

Segundo a Fisioterapeuta especialista no tratamento de Distúrbios Respiratórios do Sono, do Instituto de Hipertensão Arterial de Belo Horizonte, Flávia Baggio Nerbass, essas constantes tentativas de respirar contra uma via aérea obstruída provocam variações nas pressões dentro do tórax que, associadas às quedas de oxigenação no sangue e os despertares recorrentes, disparam uma série de respostas neuro-hormonais e inflamatórias no organismo, que são prejudiciais ao sistema cardiovascular e ainda podem aumenta a resistência à insulina. “Isso sugere que a apneia obstrutiva do sono contribui para o desenvolvimento e/ou a progressão de quadros de hipertensão, diabetes, aterosclerose, promove maior uma rigidez arterial, além de também estar relacionada a um aumento na espessura da camada interna da artéria carótida”, explica.

No que se referem às doenças cardiovasculares, salienta o cardiologista Raimundo Marques do Nascimento, do Instituto de Hipertensão Arterial de Belo Horizonte, a maior relação hoje estudada é com a hipertensão. Cerca de 50% dos hipertensos tem apneia do sono e, para os hipertensos resistentes (casos de hipertensão não controlada mesmo com uso de três anti-hipertensivos, incluindo diurético; ou àqueles que precisam de mais de três medicações pra controle da pressão arterial), essa prevalência passa de 60%. Evidencias recentes demonstram que a apneia nessa população já é a principal causa secundária de hipertensão. Entre as demais doenças cardiovasculares como insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana, cardiomiopatia hipertrófica, sua prevalência varia, mas chega em torno de 30% a 60%.

Além disso, complementa Raimundo Marques, a apneia obstrutiva do sono está associada a uma série de alterações na estrutura e função do coração, incluindo aumento da espessura (hipertrofia) do ventrículo direito, do septo interventricular e do ventrículo esquerdo, além de piorar a disfunção diastólica (relaxamento do coração) e causar um aumento no volume do átrio esquerdo, o que leva a uma maior incidência de fibrilação atrial (arritmia cardíaca).

O exame para o diagnóstico da apneia obstrutiva do sono é a polissonografia respiratória. Um método que consiste em monitorar continuamente as variáveis respiratórias dos pacientes durante o sono. Atualmente, equipamentos portáteis e já validados na literatura mundial tem sido amplamente utilizados, podendo esse monitoramento ser feito no conforto de casa.

A fisioterapeuta Flávia Baggio Nerbass alerta que além do diagnóstico, é importante que o portador de apneia obstrutiva do sono faça o tratamento adequado. Para os casos moderados e graves, o mais indicado é o uso do aparelho CPAP (Continuous Positive Airway Pressure ), que é um gerador de pressão positiva aplicada continuamente ao indivíduo, ou seja, durante toda a respiração, por meio de uma máscara nasal ou oronasal. O CPAP atua como uma prótese pneumática que mantém as vias aéreas superiores abertas durante o sono. Os pacientes que utilizam o aparelho apresentam melhora importante dos sintomas, da qualidade de sono e qualidade de vida. Além disso, estudos demonstram que o uso contínuo do CPAP reduz a resistência à insulina, os níveis de pressão arterial, os sinais precoces de aterosclerose, além de eliminar outros fatores deletérios ao organismo causados pela presença da apneia.
O Instituto de Hipertensão de Belo Horizonte oferece avaliação, tratamento e acompanhamento especializados aos portadores de apneia obstrutiva do sono. Mais informações pelo telefone (31) 3281-1514.

Informações: (31) 3291-1305 | info@portalmedicinaesaude.com.br

Fonte de pesquisa:http://portalmedicinaesaude.com.br/

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